domingo, 14 de junho de 2009

sem querer querendo





debaixo d'uma árvore
Chopin de costas
percebo feliz
que não estou apto para amar.
o quanto abro mão das coisas
para simplesmente
sentar-me aqui
sem querer.
Sem querer
como posso amar sem querer?
O acaso renasce e
sem querer
me joga num querer,
numa onda do
querer
que me arrebenta
na praia
e some
deixando-me caído,
sem saber
o que me atingiu.
para logo depois me levantar
e me preperar
para mais uma delas
mais uma onda de
querer
vindo a mim
sem querer
e
sem querer
o
querer
me carrega novamente
e me vira
de cabeça pra baixo.

O amor é o
querer
apesar do
sem querer,
é o apropriar-se do
sem querer.
O amor é um
sem querer
querendo,
é um beijo
no Acaso.

Por isso prefiro agora estar só,
aqui,
debaixo d'uma árvore
que despeja sombras
sobre meu caderno
escuro
em meio ao crepúsculo
da Praia Vermelha.
Por isso estou aqui só
e estou bem,
estou só porque quero o
sem querer
sem querer,
quero o acaso vivo,
quero o acaso livre
quero outra coisa
que não é o estar ali.

quero o
sem querer
sem querer
Não quero isto
que está aqui
que parou aqui
sem querer.

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